Sou do Recife, a maior cidade pequena do mundo. Por aqui, mania de grandeza é bóia: temos o maior Shopping da América Latina (improvável), a maior avenida em linha reta do Brasil (duvide-o-dó), o maior bloco de carnaval ao ar livre do planeta (vá lá, esse pode até ser), somos recordistas em ataques de tubarão, temos o canal mais fedorento do mundo (isso eu tenho quase certeza que é verdade) e que, além de fedorento tem as únicas comportas em forma de caranguejo do universo.
É assim, a gente se orgulha de tudo, uma resenha.Ok, exagero, eu sei! Deixemos esse bairrismo exacerbado de lado, mas precisei exemplificá-lo para que você, leitor de qualquer outra parte do mundo, entenda como a gente fica arretado ao ver o galã da telenovela das seis dizer um VISSE no lugar errado, com a entonação errada, na frase errada!Nada contra essa “nordestinização” globalizada. Mas, já que vai fazer, movéi, que faça direito. Ainda não vi na história novelística brasileira, um ator/atriz (Suzanna Vieira inclusive e principalmente) que tenha entoado um sotaque de forma convincente.A historinha televisiva é bonita, tem uma direção de arte linda, figurino interessante, mas porque, eu pergunto, insistir nesse danado desse sotaque que atores cariocas/paulistas não dominam? Vôte!Não podia ser simplesmente como a outra telenovela que se passava na Índia, mas que todo mundo falava português? Licença poética! É de mentirinha, a gente já sabe disso, então pode tudo. Só não pode grear com sotaque dos outros. Sem fuleragem, né?A gente já tem que engolir ser chamado de “paraíba” a vida toda (nada contra, muito pelo contrário, amo meus vizinhos paraibanos) mas, cada um no seu quadrado!Sabe aquela aula de geografia que você faltou? Pois foi justamente nela que ensinava que Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Ceará são lugares DIFERENTES. Parecidos, mas diferentes.Já pensou eu chegar no Rio chamando carioca de paulista? Tu não ia estilar?- Oxe, mas é bem pertinho e (pra gente) o sotaque é quase igual. Pode não?Pode não! Paraibano é paraibano e pernambucano é massa. Eita, deixei escapar odanado do bairrismo que tava escondido debaixo do tapete, foi mal aí, movéi.Desculpem o "arrudeio", mas é porque OXE e EITA são assuntos importantes pelas bandas de cá, VISSE?
Téta Barbosa é jornalista, publicitária, mora no Recife e vive antenada com tudo o que se passa ali e fora dali. A partir de hoje escreverá aqui sempre às segundas-feiras sobre modismos, modernidades e curiosidades. Ela também tem um blog -Batida Salve Todos
terça-feira, 31 de maio de 2011
- Devolva meu sotaque!
Achei muito interessante essas palavras... então decidi colocá-las aqui e compartilhar com vocês!!! Bom proveito!!!! Abraços!!!!
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3 comentários:
Oi Adriana
Sempre passo rapidinho por aqui mas nunca comento (feio né), mas hoje não podia deixar passar. Adorei o texto da Téta. Sou paulistana, morei 4 anos em Natal e já faz 4 anos que estou em Maceió e quando vou de férias pra SP vivem me "zoando" dizendo que já estou falando arrastado...rs Adoro o sotaque nordestino (meus pais são de PE) e o meu tá uma mistura de puxar o "R", falar cantando, arrastado e cheio de gírias. No fim dá tudo certo e eu adoro essa mistura brasileira..rs
Mas que é chato esse povo que faltou na aula de Geografia é..rs
Oi Adriana!
tdo bem contigo?
Eita texto bonito arretadovocê trouxe hoje moça!
Como boa pernambucana que sou, também defendo o meu sotaque visse!
Eu acho lindo quando os recifenses chiam ao falar: SPORT, Rua das calçadas e esquerda.
Sotaque de pernambucano não tem igual mesmo.
E viva Pernambuco!
bjos minha linda.
Amei o texto.
Isso mesmo meninas muitas pessoas terminam "na sua ignorância" falando coisas que não devem.
Vamos realmente dar parabéns ao texto.
Abraçosssss
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